Cresce índice de alunos negros e de baixa renda nas faculdades federais, diz pesquisa


Um estudo divulgado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) aponta que aa parcelaa dos estudantes pretos ou pardos e de baixa renda cresceram nas faculdades federais do país na última década.
Segundo o relatório, houve uma mudança significativa na composição entre brancos, pardos e pretos: brancos deixaram de ser quase 60% dos estudantes, em 2003, para serem pouco mais de 45% em 2014, enquanto o número de pardos nas faculdades federais subiu de 28% para 37,75% e os pretos cresceram de 5,90% para 9,82%. Juntos, estudantes pretos e pardos passaram de 34,20% do total para 47,57%, um aumento de mais de 10 pontos percentuais entre 2003 e 2014.

Os números seguem a composição da população brasileira, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE: 45,48% da população brasileira se declara branca, enquanto 53,6% se declaram preta ou parda.
A pesquisa também apontou um aumento do número de alunos com renda baixa. Estudantes com renda de até um salário mínimo cresceu de 8,33%, em 2010, para 13,21% em 2014. Entre estudantes com renda bruta familiar de até três salários mínimos, o aumento foi ainda mais expressivo: passou de 40,66% para 51,43% em quatro anos. Já alunos com renda familiar de dez salários mínimos passou de 16,72% para 10,6%.
As mulheres também são maioria nas instituições federais, conquistando uma fatia de 52,37% dos estudantes.
Segundo Leonardo Barbosa e Silva, coordenador nacional do FONAPRACE (Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis), a presença feminina e o aumento de estudantes de baixa renda e dos pretos e pardos são resultados de um "processo de democratização do acesso", com programas como o Enem e Sisu, além da Lei 12.711/2012 (Lei de Cotas), "que permitiram mais mobilidade territorial e justiça social e étnico-racial."