Como melhorar a educação, sem valorizar o professor?


Todos sabem: o país precisa melhorar muito seu sistema educacional e investir na educação, para progredir. Não só isso: sabe-se o papel que a educação também desempenha no nível pessoal, sendo decisiva para o sucesso no trabalho. Há décadas, várias medidas vêm sendo tomadas pelo Governo Federal, seguido pelos governos estaduais e municipais, para avançar na solução do problema. Criaram-se exames nacionais de avaliação do estudante, construíram-se escolas, reformulam-se currículos, etc. No entanto, uma peça-chave do processo é sempre deixada de lado: o professor. Num ranking internacional sobre a valorização social do professor, o Brasil ficou no penúltimo lugar. Além da desvalorização, ainda são comuns o desrespeito dos alunos e de seus pais, para não falar em casos de agressão aos mestres, como aconteceu recentemente em Santa Catarina. Diante disso tudo, queremos saber: é possível melhorar a educação no Brasil sem levar em conta a situação do professor? O que deve ser feito para melhorá-la, não só no âmbito salarial? Como trazer dignidade, respeito e até segurança ao principal responsável pelo processo educacional? Redija uma dissertação argumentativa sobre esse problema.

Relação comprometida

De acordo com muitos educadores, a relação entre professor e aluno se encontra comprometida em razão de vários fatores, dentre eles a perda do respeito pelo professor, pois é notável a sua desvalorização por parte da sociedade e dos alunos.
O professor é considerado pela sociedade, em muitos casos, como alguém que não conseguiu fazer outra coisa, esquecem que o mesmo, para exercer tal função, graduou-se em uma área específica e, portanto, possui capacidade para lecionar.
No âmbito escolar, em muitos casos, os próprios alunos não acham importante o trabalho do professor, fato proveniente da falta de interesse que assola uma enorme quantidade de escolas brasileiras.

Professores milionários

Na Coreia do Sul os professores estão entre os membros mais respeitados da sociedade. Um provérbio antigo afirma que o professor e o rei têm o mesmo status, e outro garante que ninguém deveria sequer pisar na sombra de um professor.
Os estudantes mais talentosos querem entrar nas cobiçadas faculdades de magistério, que selecionam os melhores entre milhares de candidatos. E se os professores também são bons de mídia, podem chegar a se transformar em celebridades milionárias.

Maior número de agressões

De acordo com a mais recente pesquisa da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), publicada em 2013, o Brasil é o país com maior número de agressões a professores no mundo: 12,5% dos profissionais já disseram ter sofrido com o problema.
Os educadores têm medo. Uma pesquisa feita em 2013 pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), com 1.400 professores da escola pública, aponta que 57% dos docentes não se sentem seguros em suas unidades. A violência tem alterado a vida desses profissionais, que não querem parar de dar aula, mas também não sabem como lidar com a situação.

No fim da lista

 Foram 21 países estudados. A China, de longe, foi o país onde o professor é mais respeitado, recebendo quase o status de um médico. Em compensação, o Brasil fica na outra ponta e, embora as pessoas confiem no trabalho desses profissionais, acreditam que o professor receba muito pouco respeito de nossa sociedade. Tanto é verdade que, de todos os países pesquisados, o Brasil é um dos que menos os pais querem ver seus filhos professores.
Isso significa que, embora deixem seus filhos nas mãos de um professor durante grande parte do dia, os pais menosprezam ou subestimam esse profissionalEsse desrespeito, obviamente, passa tanto pelos salários, como pela forma de tratamento que os estudantes dão aos professores em sala de aula. É óbvio que não é apenas no Brasil que os educadores não desfrutam do mesmo status de um médico. Mas o Brasil está no fim da lista e, para um país que, alegadamente, "investe tanto em Educação", deveríamos ter índices um pouco melhores – não é?