MP investiga falta de aula de português em escola de ensino médio no Piauí
O caso foi denunciado semana passada pelos próprios alunos. A Secretaria de Educação foi procurada pelo G1, mas ainda não se pronunciou sobre o caso.

O Ministério Público do Piauí instaurou inquérito civil para investigar a falta de aulas de língua portuguesa nas três turmas de ensino médio da Unidade Escolar Cazuza Barbosa, na localidade Quilombo, zona rural de Altos, Norte do estado. Segundo o promotor de justiça Paulo Rubens Parentes, o caso foi denunciado semana passada pelos próprios alunos, que estão revoltados com a situação. A assessoria de comunicação da Secretaria de Educação foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre o caso.


"Desde o começo do período letivo, os estudantes do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio não têm aula de português. Eles estão prestes a encerrar o ano sem a disciplina obrigatória e com o nível de interpretação baixíssimo. Além disso, temos aqueles alunos que estão se preparando para o Enem e não estudaram o principal conteúdo exigido no exame", declarou o promotor.
O vereador Ernando Ribeiro (PT) estuda na unidade e foi um dos alunos que procurou a 2ª Promotoria de Justiça de Altos para denunciar o problema. Ao G1, ele revelou que a direção da escola procurou a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que se comprometeu diversas vezes a resolver o problema.

"Chegamos ao nosso limite, não temos como esperar mais. É revoltante o que vem acontecendo e infelizmente o diretor já fez todo o possível para conseguir um professor. Desta vez, nós alunos decidimos procurar o Ministério Público para uma solução definitiva", comentou Ernando Ribeiro.

Conforme o promotor, cerca de 90 alunos estão prejudicados com a falta de professor de português. As aulas ocorrem no turno da noite em uma escola cedida pela prefeitura de Altos, onde funciona também a Unidade Escolar Vicente Delmiro de Oliveira.

"Depois de ouvir alguns alunos e confirmar a veracidade do fato, enviei um ofício à direção da escola solicitando informações. Além disso, estou tentando agendar uma audiência com a Secretaria Estadual de Educação e a 18ª Gerência Regional de Educação (GRE) para solucionar o problema e criar um cronograma de reposição de aula", acrescentou Paulo Rubens Parentes.