O medicamento canabidiol é uma das possíveis soluções para crianças, jovens e adultos que sofrem com doenças degenerativas. Tal medicamento, dependendo do tema da redação, pode ser utilizado como exemplo na dissertação. Leiam a matéria completa.

Pacientes com direito ao canabidiol em PE enfrentam meses de espera

Duas famílias aguardam desde janeiro que o Estado forneça medicamento.Secretaria de Saúde alega que burocracia dificulta o processo de compra.


Pacientes pernambucanos que conquistaram na Justiça o direito de receber o canabidiol (CBD) através da Secretaria Estadual de Saúde estão há meses na fila de espera. As famílias de Nataly Bianca Nascimento, de 9 anos, e Eduardo Henrique Ferreira, de 7 anos, aguardam desde janeiro que a decisão seja cumprida e o medicamento chegue, mas a Secretaria alega dificuldades burocráticas na importação.
O medicamento foi retirado em janeiro da lista de substâncias de uso proibido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O remédio é feito a partir de uma substância química encontrada na maconha que, segundo estudos científicos, tem utilidade médica para tratar diversas doenças e traz alívio de crises epilépticas, esclerose múltipla, entre outros.
Eduardo tem a Síndrome de Wester, uma forma grave de epilepsia em crianças. Ele foi diagnosticado com apenas um ano de idade. A doença veio avançando e, atualmente, o menino tem de 15 a 20 crises por dia. “É muito difícil. Se você não tiver perto quando tem crise, ele cai muito rápido. É doloroso demais quando acontece. Ele já está na dosagem máxima da medicação, e não tem efeito”, conta a dona de casa Kátia Silva, mãe de Eduardo.
A esperança dos médicos é que o CBD amenize os quadros de convulsões do menino, que ganhou até um capacete de kickboxing para que se machuque menos. “Ele chegou a ficar internado no Hospital da Restauração para exames, mas não resolveu. Agora está difícil de brincar porque ele cai do nada. A minha esperança é que o CBD dê uma vida para o meu filho”, afirma a mãe.
Situação parecida é a da família de Nataly, que tem a Síndrome de Rett, doença genética que causa prejuízos ao desenvolvimento do sistema nervoso central. A menina chegava a ter 20 crises convulsivas por dia. Cansada de aguardar o medicamento chegar pelo governo, a dona de casa Fernanda Santos conseguiu com uma conhecida um frasco do remédio.
Durante seis meses, a menina não apresentou convulsões e a mãe se encheu de esperança. O problema é que o remédio está no fim e a família não tem mais condições de comprar. A expectativa era que, depois de nove meses, o remédio enfim tivesse chegado. “Eu diminuí a dosagem para fazer o remédio durar, mas ela já teve cinco crises num dia só”, lamenta Fernanda.
Nataly sofre com as convulsões desde os 4 anos de idade. “A tendência é piorar sem o CBD. Como é que vou ficar? Estou com balão de oxigênio, cama de hospital em casa por causa dela. Os médicos já deram vários remédios, mas nenhum teve efeito mesmo. Só o CBD deu resultado”, explica a mãe.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco reconheceu a demora. Por meio de nota, explicou que “o remédio é importado e não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em se tratando de medicamento importado, a aquisição é ainda mais complexa, devido à necessidade de adoção de inúmeras medidas exigidas pela legislação sanitária”. Assim como a resposta dada às mães, não há um prazo para a medicação chegar.